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Crónicas de um Panteísta — Ep. 3 Dicas e conselhos para uma gestão ecológica da paisagem. Acerca da vida e da morte

A morte não é o fim — é a reciclagem da vida. Um olhar ecológico e espiritual sobre o ciclo natural, a dignidade dos corpos e o papel dos necrófagos na gestão consciente da paisagem.

Crónicas de um Panteísta — Ep. 3
Dicas e conselhos para uma gestão ecológica da paisagem
Acerca da vida e da morte

Para o ser humano, a morte é uma tragédia.
Fico sempre abalado quando vejo animais atropelados na estrada.

Mas para compreender a Natureza, precisamos de aceitar a cadeia trófica: o ciclo de vida e morte através da predação — o animal “presa” alimenta o “predador” que está acima dele na cadeia.

No atropelamento, envenenamento, abate por desporto ou competição — em todas as formas que o ser humano tem de matar sem se alimentar — há sempre uma sensação de vazio. Quando esse vazio se enche, é de raiva, indignação e revolta.

Mas quem quiser compreender como gerir a sua terra, terá de aceitar uma verdade universal: a Natureza não se importa com quem morre.
A Natureza ocupa-se de quem morre, mas não se importa.

Na Natureza, um corpo morto é apenas um agregado de nutrientes, pronto a servir alguém.

Os agentes da decomposição e regeneração:

  • Necrófagos visíveis: abutres, raposas, corvos, gralhas.

  • Necrófagos invisíveis: vermes, invertebrados, bactérias, fungos, protozoários.

  • O resultado: um corpo torna-se uma sopa de nutrientes simples, pronta a ser absorvida pelas plantas ou algas — e assim alimentar os herbívoros que reiniciam a cadeia trófica.

Se encontro um animal morto no primeiro dia de atropelamento, retiro-o do asfalto — da indignidade — e levo-o para um local onde aves de rapina ou mamíferos necrófagos possam alimentar-se dele, e os restos fertilizem a Terra.

Nas últimas semanas, tive a oportunidade de:

  • Levar uma texuga grávida (atropelada) para um local de migração de abutres.

  • Levar um gatito da colónia que alimento até à vídeo-armadilha na Casa da Ecolução.

Conclusão pessoal:
O comportamento de abrandar e acorrer a um local de desgraça não é humano — é animal.
Onde está um cadáver, passam inúmeros animais — por curiosidade ou talvez para deixar um pouco da sua energia de amor. A consternação pode ser uma forma de cuidado.


Votos de grandes renascimentos interiores, ao serviço deste ecossistema que a tod@s nos sustém.


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