Merlin project

Vou-te revelar o segredo para alcançares tudo a que te propões. Não é fácil de aceitar, é um desafio de todos nós, chega a ser doloroso, mas abrirá qualquer porta que se feche no teu caminho. No entanto, sempre que abraces este segredo, a maioria não o fará, o que te permite um salto gigante de competitividade num mundo de cão. Bem-vindo, esta é a tua
Crónica Panteísta, edição especial. Da propriedade do erro.
Nas relações profissionais, sociais, pessoais e íntimas, a compreensão do erro como uma coisa má, culposa, reprovável, até condenável está no centro da maioria dos conflitos. Os conflitos são no fundo o maior fator de ineficiência do melhor que qualquer espécie animal, vegetal, fungíca, bacteriana, tem que é a capacidade de alcançar pela cooperação, resultados inalcansáveis sozinho.
Quem deseja ou desfruta de um ou uma parceira amoros@, é porque essa experiência lhe traz vivências impossíveis de se alcançar sozinho. Exatamente o mesmo se passa numa relação profissional, social ou até simbiótica, com um animal ou planta, como uma floresta ou horta que se planta, pelo bem que nos traz.
O que se passa é que se podamos mal uma oliveira, p.e., então é provável que ela venha a contrair doença. Exemplo? Os olivicultores intensivos em Portugal, por regra, espalham herbicida compulsivamente na entrelinha, porque acham que as ervas trazem a Xilella, porque é o seu habitat inerte e o seu vetor de contaminação passiva, natural, são os insetos que nela vivem. No entanto, o seu principal vetor de contaminação efetivo, constante na literatura séria e facilmente verificável em cada surto é a ferramenta de corte. O que acontece nas podas dos super-intensivos é que as podas são feitas por corta-sebes que contaminam milhares de árvores por dia. A culpa é das ervas e dos bichos que lá vivem, por exemplo da replantação de milhares de hectares em Sorrento, Itália e em tantos locais de Portugal.
Este é segredo que nos pode mudar a vida. Reconhecer o erro, quanto mais intensamente, mais forte será, para sempre, o valor da lição.
Sempre que te reconheces e te penalizas pelo erro, a experiência torna-se significativa o suficiente para a levares para a vida e fazeres diferente, melhor, mais sábio, sempre grandes ganhos, desde cônjuges fantásticos, a resultados profissionais incríveis que te levam cada vez mais longe.
A Mushmore / Casa da Ecolução – Centro de Investigação e Formação Eco-Regenerativa ficou em terceiro lugar do concurso internacional MERLIN que premeia os melhores produtos e serviços ambientais, com candidatos do mundo inteiro, da Argentina a Israel. Não ficamos em primeiro, por minha inteira responsabilidade, porque li mal e pouco sobre a natureza do concurso, assumi coisas falsas porque concorri mal informado, preparei e pratiquei pouco tempo a apresentação, escolhi mal a estratégia de apresentação e, novamente, não consegui acabar a tempo, permitindo que a informação mais importante, vital, ficasse de fora da apresentação.
Por esta razão não irei entregar o primeiro prémio à Professora Teresa Ferreira do Instituto Superior de Agronomia que fez um trabalho admirável de coordenação de 3 casos de estudo em Portugal, me coordenou pessoalmente e permitiu sair muito fora do caderno de encargos em todos os aspetos, o que nos permitiu exceder em muito a qualidade e a qualidade que poderíamos apresentar no contexto do Laboratório Vivo de Gestão Ripária do Centro de Estudos Florestais, em Coruche, na foz da Ribeira de Erra do Rio Sorraia.
Primeiro a competição do MERLIN é aberta a qualquer organização do mundo inteiro, quando estava convencido que era uma competição interna dos participantes nos 18 casos de estudo, de 15 países diferentes, dos quais a Mushmore executou o do Sorraia. Ou seja, concorremos com multinacionais do High-tech, Fundações multimilionárias, num universo muito mais alargado do que o dos executantes dos casos de estudo.
Depois, escolhi a estratégia tentadora do story-telling, sem pensar que se não acabasse a tempo, deixaria a “soma de tudo”, a info mais relevante, de fora da apresentação.
O nosso serviço, dos Gabiões Vivos, que seguram margens da erosão das cheias mais agressivas a uma fração do custo dos gabiões de pedra e arame, que para além de caros e de obrigarem à total desnaturalização da margem de um curso de água, logo a destruição total daquele habitat, acaba por se desmoronar em menos de dez anos, na maioria dos casos.
Consta que foram centenas de propostas e que foram selecionados 5 finalistas, em duas categorias. Destes dez, era o único serviço open-source, o único que qualquer pessoa, dos 10 aos 100 anos, com uma tesoura de poda, consegue fazer, era o único replicável por qualquer organização, em qualquer ponto do planeta, menos na Antártida (o único continente sem salgueiros) e o único de todos os trabalhos feitos, por todos os executantes do programa MERLIN PROJECT.
Poderia mentir-me e culpar o regulamento, dizer que só deveria apoiar os executantes dos restauros nos casos de estudo. É estúpido pensar assim, porque o projeto visa apoiar qualquer tipo de iniciativa que beneficie os rios do mundo inteiro. Poderia dizer que é bárbaro pedir apresentações em três minutos, quando a verdadeira barbaridade é escolher uma estratégia narrativa num espaço de tempo de 3 minutos. Poderia ficar ressentido que o Júri deveria ter premiado o nosso serviço por ser open source, executável por qualquer pessoa, mas tenho é de ficar ressentido com as minhas escolhas, que não permitiram deixar isso claro o suficiente.
As últimas foram 24 horas azedas, porque dada as minhas escolhas, acabei por retirar ao Centro de Estudos Florestais e ao Instituto Superior de Agronomia um prémio que só foi possível pela confiança e elasticidade que tiveram em nós, permitindo-nos executar soluções adaptadas a cada palmo do terreno e nunca antes testadas, com um elevado grau de risco e margem de erro.
Nunca há glória num terceiro lugar, se não deste o máximo que poderias dar. Mas há uma brisa à glória que virá, sempre que assumes os teus erros e te penalizas por isso, porque facilitaste, porque não deste tudo quanto podias ter dado.
Então está tudo certo. Terceiro lugar merecido. Foi o que disse à agente de contacto. Foi claro como a nascente de um rio que o nosso serviço era o melhor da categoria de serviço, porque qualquer um, com qualquer orçamento, consegue replicar, em qualquer parte do mundo. Em vez de dizer precisamente isto, fiz uma escolha de estratégia narrativa que foi um perfeito desastre, story-telling para pitches de 3min., um lirismo romântico que saiu caro a quem confiou em nós.
Quanto a nós, uma coisa te prometo. Metade das pessoas vão-te apontar o erro antes de te aperceberes dele. Quase metade, logo que o assumas, vão dizer “pois é! Falhaste!”. Mas uma minoria, geralmente a que manda, vai perceber que tem ali alguém raro, com quem pode contar e em quem pode confiar, que quanto mais trabalho, durante mais tempo, lhe der, melhores resultados terá.
E prometo-te, serás justamente remunerado por isso, porque te tornas em alguém de valor. Queres a prova? A agente de contacto do concurso internacional MERLIN Project escreveu-me a dizer que o júri tinhas gostado muito do nosso empenho e do nosso serviço, por isso estenderam-nos os mesmos benefícios do primeiro prémio.
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