A educação é, eventualmente, o instrumento base para que seja possível uma mudança civilizacional de paradigma, de compreensão da nossa função ecológica, que nos leve e eleve à condição de sobreviventes do nosso descontrolo.
Fala-se em sobre-população humana. A grande maioria dos países onde as mulheres superam na conclusão de licenciaturas, as pirâmides demográficas são envelhecidas e o número de filhos não ultrapassa os +- 2,45, o que significa nestes países a não renovação das suas gerações. Ou seja, perdem população, sempre que as mulheres têm acesso a educação superior que lhes permita ter uma carreira profissional.
Possibilitar uma carreira profissional a todas as mulheres e já agora a qualquer humano no planeta, significaria o fim da pobreza, da fome, do subdesenvolvimento, dos monopólios e multinacionais sem rosto e eventualmente até de guerras, com a diminuição da testosterona na esfera do poder e das relações internacionais.
Significaria também o fim de t-shirts a 1,2€, o fim de telemóveis super-plataformas digitais a 200€, automóveis que seriam de luxo à 20 anos, hoje a 20.000€. A acessibilidade do consumo, dos metais e areias raras dos componentes eletrónicos, todo o frenético transporte de tudo em cada momento de transformação em pontos do planeta diferentes, está a provocar o fim dos recursos de inúmeros povos e a crescente insustentabilidade das suas formas de vida, mesmo na Europa.
Doenças raras tornadas comuns, vagas de mortes nas vagas de frio e de calor, muitos, cada vez mais ataques cardíacos fulminantes cada vez mais jovens idades da vida. Esta sombra, está aqui para nos morder o pelo, persegue-nos em todo o lado onde estamos e vamos, porque somos nós, sem consciência, os seus diretos atores.
Qualquer que seja a pergunta na direção do que fazer, uma resposta serve na sua base a todas as perguntas: Sendo autónomos. Podemos acrescentar, do micro ao macro, do nano ao mega, sendo autónomos como indivíduos, como grupos familiares e de proximidade, como comunidades, como regiões, como países, como continentes. Vivamos sim, a globalização do conhecimento, a partilha do saber da tecnologia, a mundialização da educação científica e ambiental de como poderemos viver neste planeta, enquanto o Sol nos deixe.
Hoje, com mais força do que nunca antes, surge a urgência de um serviço ecológico educativo, de partilha, de cooperação, de reinvenção. De busca de novas soluções a novas realidades, com a da próxima semana, com concelhos com temperaturas acima dos 45 graus, com o país em seca extrema, com os solos cada vez mais empobrecidos e contaminados por água, terra e ar.
Estamos tod@s juntos neste mesmo destino, individual, tribal, comunitário, local, regional, nacional, continental e planetários. Estamos t@dos condenad@s a superar junt@s a condenação antropocénica que nos une, da qual fazemos ainda parte e que teremos coletivamente de transformar em algo novo, brilhante, saudável, próspero e geracional, para nós e todos os seres vivos que nos vão sustentando por cá.